Entrevista Revenge
Introdução da praxe: fala-nos um pouco sobre ti.Acho que não há muito para dizer. Sou uma pessoa simples, natural de uma aldeia do Norte Alentejano, tenho 28 anos. Penso não ser muito bom a descrever-me, mas acho que sou uma pessoa nostálgica, passo a vida a pensar no passado… e é por isso que estou aqui. Gosto de ler, de ver TV, de beber uns copos, de ir ao cinema, de ver desporto, de ir a concertos… Gosto muito de viajar, mas viajo menos do que gostaria.
Qual é a tua série anime favorita e a que te mais marcou?Penso que tenha sido Dragon Ball. É muito clichê, não é? Porque o Dragon Ball foi o primeiro de muitos portugueses, especialmente da minha geração. Foi o meu primeiro vício, a minha primeira cola, foi o meu primeiro desenho animado, porque na altura não sabia que era anime – lá está, dois clichês num só. Não perdia um episódio (ou tentava não perder), a SIC a também fazia muito por isso porque o repetia como se não houvesse amanhã. Lembro-me dos horários todos. Isto foi por volta de 1998. A qualquer pergunta que seja nesse sentido de animes favoritos tenho de responder Dragon Ball, e neste caso estou a incluir o Z e o GT, para mim é tudo a mesma coisa. Depois, tenho de referir CDZ. Na altura em que foi transmitido cá pela segunda vez, em 1999, não acompanhei muito, devido ao conflito de horários. Mas marcou-me, certos episódios que vi, como o Milo contra o Hyoga. Quando tive internet, peguei nessa memória e fui rever, gostei bastante. É dos meus animes preferidos até hoje. Depois veio o Samurai X. Vi muitos episódios na altura que deu na TV e fiquei viciado. Vi outros animes na TV sem grande impacto, até que uns anos mais tarde, em 2004, aparece Urusei Yatsura que foi o primeiro anime que vi em japonês. Foi o meu primeiro contacto com o idioma e foi uma experiência e tanto. Era completamente novo para mim, ao início estranhei, mas depois interiorizei e já não queria saber de anime falado em português. E UY tornou-se num dos meus animes favoritos, marcou-me imenso. A partir daí, comecei a acompanhar o Banzai, um bloco de anime na Radical que só dava anime legendado. Mais tarde, houve outro que me marcou. Tinha acabado de ver Death Note e tinha gostado muito daquele contacto com anime adulto, diferente do que eu estava habituado a ver. E à conta do DN, veio o Monster. Vários amigos me recomendaram o anime devido a ter gostado de DN, e acabei por gostar ainda mais. É do género seinen, mas menos fantasioso, o que me seduziu bastante. Não tinha chegado sequer a meio e já achava que era a melhor coisa que tinha visto na vida. Foi um anime que me marcou como pessoa, que me pôs a pensar em muita coisa. Só vi Monster uma vez, porque tenho medo de mudar de opinião se o vir outra vez. Em manga diria Homunculus pela mesma razão, dá que pensar.
Pensar-se-ia então que foi apenas com a internet que entraste para o mundo do anime/manga, mas aparentemente as estações televisivas também deram uma ajuda, principalmente a SIC Radical com anime em japonês. É assim, eu ainda faço parte da geração pré-internet, sou de 1992. Só tive internet em 2007, já durante adolescência, antes disso só na escola ou em casa de amigos. Acho que a televisão me marcou tanto como a internet, estou aqui no meio. Eu passava muito tempo sozinho, agarrado à TV e ao VCR. A SIC tinha a melhor programação, por isso perdi muita coisa boa que passou na TVI e na RTP devido a sobreposições. Se me falarem em Yaiba, lembro-me de ver um episódio ou outro, mas não seguia. Agora se me falarem em animes da SIC, que davam às 6, 7 da manhã, eu via tudo. Como já foi dito por outros membros, não tinha ideia do que era anime e só comecei a ter ideia do que era graças à Radical, eles referiam o termo. No início, quando comecei a usar a internet, não sabia que era tão vasta, que dava para pesquisar sobre anime, pensava que era só para pesquisar coisas para a escola. Éramos inocentes. Estou a falar de 2001, 2002. Mas um dia, experimentei pesquisar Dragon Ball, encontrei montes de sites e fóruns. Ia para a biblioteca da escola, requisitava um computador e ia pesquisar sobre os animes que davam na Radical, guardava imagens em disquetes e já tinha sites que frequentava assiduamente, por exemplo o myfavoritegames (um site de DB, dos melhores da altura). E pronto, depois quando tive finalmente um computador meu e internet em casa, comecei a ver anime mais a sério. Vi alguns que tinham saído recentemente, Ergo Proxy, DN, Speed Grapher, DMC, Claymore... e outros que quis rever pela nostalgia como já referi. Quanto a manga, algo que me chamou a atenção foi ver o pessoal a dizer nós fóruns que o manga de Samurai X era muito diferente do anime, então foi o primeiro manga que tenho memória de ler na net. Fiquei boquiaberto de quão melhor é, as diferenças, as censuras, especialmente o pós-Shishio. Foi a segunda obra que li, através de uma scanlator portuguesa, a MangaPT. Na altura acompanhei os lançamentos deles, estava sempre lá batido. Hoje em dia o mangá está licenciado, coisa que nunca pensei ver. Antes disso apenas conhecia o manga de DB, tenho a edição da Planeta DeAgostini desde o lançamento em 2001, foi o que me introduziu ao mundo do manga, mas como todos sabem, foi sol de pouca dura e tivemos poucos títulos manga durante anos. Se não fosse a net...

No meio disto tudo, como é que foste parar à comunidade do fansubbing?Foi a tentar fazer igual aos grupos que seguia. Já andava nas comunidades em que eram partilhados os projectos das fansubs da época e pensei “se calhar também consigo fazer isso, pego numa legenda, traduzo e espeto no vídeo, depois lanço e as pessoas vêem”. No início era um bocado teimoso, só quando pedi ajuda à comunidade é que as coisas começaram a correr melhor. Estamos em 2009. Lembro-me de ter procurado pelo Samurai X e de ter encontrado em PT-BR, legendado. Saquei, mas depois o Kenshin começava a dizer “oro, oro, oro” e estranhei muito, porque ele na versão portuguesa não diz nada disso. Eu disse que só via animes em japonês, mas esta é uma exceção à regra, RK quando revi foi em português e penso que a qualidade do texto e das vozes está a par com o original. Mesmo a versão inglesa também é bastante boa. Ao procurar outra vez, encontrei o GTA. Lá havia o projecto do Fábio Seixal, saquei e vi tudo. Através disso achei o projecto de CDZ, fiz o mesmo. E pronto, quando dei por mim já estava na comunidade. A partir daí entrei noutras comunidades como PTAnime, AnimeP2PT, AnimeLand, entre outras… já todas desapareceram. Fiz parte de projectos como Arrepios e Metalocalypse, onde traduzi, no extinto PDCLinks. Depois consegui lançar-me a solo. Lancei o Triunfo dos Porcos sozinho, usando a minha VHS velhinha e um DVDrip. É um dos meus filmes preferidos e o projecto ficou altamente, mas já não tenho nada disso comigo. Isto já em 2010, inícios de 2011.
Como é que de repente te lembraste de criar uma fansub?Foi no decorrer de já ser fansubber. Como referi, colaborei com outras pessoas da comunidade no lançamento de alguns projectos, o que serviu para ganhar experiência, houve um processo de aprendizagem. Via animes legendados em PT-BR, pois na altura não percebia suficiente inglês, por exemplo Lum e Hokuto no Ken, e pensei “eu consigo fazer isto em PT-PT e com uma qualidade melhor!”. Comecei então a legendar Urusei Yatsura, no início com a ajuda de um colega de turma, que percebia de inglês, e ainda chegámos a usar o Google Tradutor para auxiliar a tradução. No decorrer de UY, estive sozinho durante 6 ou 7 meses e legendei cerca de 30 episódios. Comecei a fartar-me e resolvi fazer uma pausa, legendando outro anime, Baoh Raihousha. Foi este o anime que ajudou a desencadear a sucessão de eventos que levaram à criação da fansub, pois o Baoh chamou a atenção de pessoas como o Libra e o Turunksun. O Tsu foi o primeiro a entrar em contacto comigo a perguntar se estaria interessado numa parceria para lançar o Cyber City. Na altura aceitei por aceitar, não conhecia o anime. Aceitei porque queria ajudar, porque queria coisas legendadas, porque gosto de um desafio. Em poucas semanas lançámos o anime e correu bem, houve bom feedback. Pouco tempo depois, o Libra entrou em contacto comigo a perguntar se queria traduzir a meias o Shin Hokuto no Ken com ele, que não tinha qualquer tradução em português. Ele tinha acabado de ver HNK e eu também tinha visto há pouco tempo, eu usava o avatar do Toki na altura, que é o meu personagem favorito do anime. Para ele foi óbvio: eu gostava de Hokuto no Ken e era tradutor, era a pessoa certa. Aceitei, mas ofereci-me para o fazer sozinho, não quis a meias. Mais tarde vim a descobrir que tinha sido o Tsu a recomendar-me. Depois adicionei-os no MSN e rapidamente surgiu a conversa de criar uma fansub. Gostei da maneira de ser deles, identificava-me apesar de ser mais novo. Entretanto fui acampar e quando voltei já estava tudo tratado por eles e até havia dois membros novos, o Portnoi88 e o Tojaman. Quanto aos projectos, trouxe aqueles em que já estava a trabalhar a solo, Lum, os OVAs de Rumiko, Baoh, o resto foram eles. Foi aqui que nasceu a Projectos Old School. Desde então, nunca mais lancei a solo, embora já tenha pensado fazê-lo para cartoons que não têm espaço aqui, como Highlander ou Argai.
Com tantos anos de experiência, qual é o teu projecto favorito aqui na PoS?É uma pergunta difícil de responder. Não sei se consigo dizer apenas um. Estou aqui desde o início e participei em cerca de 90% dos projectos. Se calhar era mais fácil dizer aqueles de que não gostei (risos). Os primeiros projectos que fizemos ficaram-me na memória simplesmente porque foram os primeiros, era tudo novo. Era uma fase de aprendizagem e aproximação. O facto de estar a ver algo que tinha sido legendado por mim… é difícil de expressar, mas dava-me um certo tipo de orgulho. Promover um anime de que gostava e partilhá-lo com outras pessoas, fazendo o trabalho que as editoras não queriam ou não podiam fazer. Sei que foram projectos que não ficaram muito bem feitos, mas era como conseguíamos fazer na altura com a experiência que tínhamos. As coisas nunca corriam bem, era preciso dar sempre muitas “marteladas”, mas era divertido. Talvez os meus favoritos, e que ainda abro de vez em quando, são Ichi the Killer, Mermaid Scar... Ainda hoje gosto de ver a introdução, fico pasmado com a escolha de palavras. O Getter Robo também, pelo trabalho que deu, pelo tempo investido. Vi os episódios imensas vezes, procurei várias fontes de tradução e de vídeo, até usámos alguns termos da transmissão portuguesa. Tudo isso fez com que o projecto ficasse bestial. Outro projecto que posso referir, foi o Street Fighter II V. Este projecto acompanhou a fansub durante quatro anos e andou aos trambolhões, mas depois foi terminado graças a um bom trabalho de equipa. Na altura estava na universidade e o tempo não era muito, mas lembro-me de colocar a legenda para rever e no dia seguinte estar lá a revisão feita e a legenda do episódio seguinte para rever, porque intercalámos traduções. Nós nunca tínhamos trabalhado assim tão rápido. Isso gerou muitos lançamentos e bastante convívio. Trocávamos opiniões uns com os outros sobre os episódios e depois ainda aparecia a malta que sacava a comentar, isso foi tudo muito animador. Projectos que não gostei tanto… assim de repente lembro-me do Biohunter. Foi um projecto feito às três pancadas, com uma legenda que não era bem nossa, na altura ninguém quis saber. Fez-se uma revisão e lançou-se. Pouco tempo depois viu-se que o projecto estava cheio de erros graves. Temos o projecto em partilha, mas é algo que não recomendo às pessoas, digo sempre para irem ver à fansub X ou Y que tem uma legenda melhor que a nossa. Há que ser honestos, uma coisa bem feita orgulha-nos, agora uma coisa mal feita nós não podemos recomendar sequer. Mas há mais projectos como o Biohunter.
Apesar de seres o encoder da PoS, a tua conversa dá a entender que gostas mais de traduzir. É verdade?Entrei para a fansub como tradutor, convencido que o resto da equipa dava conta do resto das funções, mas estava errado, éramos os quatro muito inexperientes. O Tsu era o nosso encoder incial, dava uns toques. Ainda chegou a fazer o encode dos primeiros projectos como Urotsukidoji. Ficaram bons encodes, mas lembro-me de estar a falar mais o Libra sobre um novo anime que íamos lançar, o Devilman OVA. Foi um dos projectos que tive como tradutor, ainda em 2011. Quando chegou a parte do encode, o Libra tinha arranjado o DVD japonês, era um DVD limpo como água… e o Tsu estragou-o. Na altura pensei : f**der um R2J, é preciso ser artista! Nós continuámos a pedir mais encodes e veio o segundo ou terceiro encode e continuava mal. Cheguei-me à frente, comecei a estudar encoding, fiz alguns testes e saiu o encode de Devilman. Eles gostaram, e assim, em 2012, passei a ser encoder, para além de tradutor e revisor. Nesse ano tinha bastante tempo livre, foi quando acabei o Liceu, deu para aprender encode. A verdade é que dou uns toques em praticamente tudo, typesetting também, mas não sou bom nisso, nem mesmo a encodar, sou o primeiro a admitir. Tenho noção que dá para desenrascar. Acho que qualquer pessoa pode fazer o que eu faço, uso o avisynth e o megui desde o início, mas há muito mais ferramentas, basta ter pensamento positivo e partir à descoberta. Mas sim, a ideia inicial era ser apenas tradutor. É o que mais gosto de fazer, mas admito que ganhei um certo gosto pelo encoding, porque encodar um DVD é sempre um desafio.

Estando aqui desde o início, de certeza que tens imensas histórias divertidas para contar!Tenho imensas, o problema é escolher a melhor. Por exemplo, há uns anos lançou-se o Darkstalkers, e nessa altura recebemos uma mensagem no nosso Facebook a elogiar o projecto. Do nada, essa pessoa responde a perguntar se queríamos uma casa para passar férias. Fartei-me de rir, foi uma coisa tão aleatória que a pessoa estava a promover uma casa de férias a uma fansub. Apanho muita coisa desse género na nossa correspondência mas essa foi das mais engraçadas. Mais histórias… no início da fansub havia muitas, mas era tudo à base de nós sermos um bocado conflituosos, por isso é melhor ficarem de fora. Lembro-me por exemplo, penso que tenha sido o Mermaid Scar, passou pelas etapas todas, inclusive na de qualidade. Só que eu enquanto upava para lançar notei que havia coisas na tradução que não me soavam bem. Fui ao YouTube ver e encontrei um vídeo cujas legendas faziam mais sentido. Já não disse nada aos outros. Comecei a trocar tudo e lancei no site. E hoje, a versão que está disponível é essa. Foi uma coisa feita em cima do joelho, que ninguém soube na altura. Podia ter corrido mal. (risos)
Vamos então à pergunta-chave: achas que vamos estar aqui à conversa daqui a 10 anos?Acho que não. Todos os anos, dizemos que é o último, que a fansub não dura mais e acabou. E a verdade é que duramos sempre mais um. Falámos sobre terminar no 10º ano, agora já se fala no 11º que muito provavelmente vai acontecer. Também nunca pensei que chegássemos aos dez anos. Quando começámos havia muitos problemas, alguma instabilidade... o pessoal não cumpria os prazos, ninguém fazia o que prometia e projectos lançados de qualquer maneira. Mas aqui estamos hoje e quase com a equipa original. Antes éramos quatro e agora somos cerca de 10 e isso é muito reconfortante. Faz-me pensar que o nosso trabalho é bem feito o suficiente, que já não somos uma fansub de vão de escada e descuidada. Depois, ver que há malta interessada nos nossos projectos é gratificante, esse interesse ajuda-nos a continuar. E na verdade temos muita coisa para lançar ainda, quando dizemos que estamos a trabalhar internamente é verdade, podem acreditar. Mas naturalmente um dia há de acabar. A maior parte de nós já não é adolescente ou estudante, há responsabilidades e o tempo é cada vez mais curto. A equipa actual é interessada e activa, por isso há sempre essa possibilidade. Mesmo que eu já não esteja cá um dia, pode haver pessoas suficientemente interessadas para levar a fansub para a frente e continuar com os lançamentos e se isso acontecesse, eu ficaria muito contente por ver que o legado da fansub foi passado e está a ser bem usado. Lá está, são muitos anos e a malta também se aborrece. Eu estou aqui desde o início e às vezes aborreço-me, por isso presumo que os outros membros também possam sentir isso. A verdade é que de há uns anos para cá, já não há vontade como havia antes. De vez em quando naquelas manhãs de chuva ou em noites de insónia, meto-me aqui a legendar ou a olhar para um DVD. Mas um dia tudo acaba. E para ser honesto já mal vejo anime, vejo 1 ou 2 por ano, quando vejo, e um filme aqui e ali.
Alguma coisa que tenha ficado por dizer?Ui, tanta coisa. Desde o princípio, a PoS nunca esteve no mesmo campeonato das outras fansubs portuguesas. O que pretendíamos desde o início era lançar animes, filmes, OVAs em que mais ninguém tivesse interesse. Algo diferente dos outros, diferente de fazer animes da temporada, algo que todas as outras fansubs faziam. Nunca tivemos um papel importante na comunidade nacional, também não o procurámos. Fazemos as coisas que queremos, que gostamos. Um bocado a reboque desta filosofia conquistámos reconhecimento nacional e internacional, construímos um bom portfólio de projectos, temos uma equipa com mais de 10 membros, com vários projectos no ativo e em simultâneo. Durante 10 anos, houve sempre lançamentos, mesmo com períodos de mais inactividade. Temos mais de 100 projectos lançados, mais de 350 episódios. Temos centenas de seguidores no FB e muita malta no Discord, um site/fórum com centenas de comentários. O resto é conversa. Acho que a fansub fez um pouco de tudo e podemos orgulhar-nos disso. Há erros, claro, não somos perfeitos, mas não vejo as pessoas a dizer “isto é uma merda”, "está intragável". E depois temos algumas conquistas, por exemplo nunca me passou pela cabeça que isto fosse possível, mas a verdade é que, chegámos a traduzir do japonês. E vamos voltar a fazê-lo de novo. Já traduzimos do italiano, do francês… eu traduzo muito do francês, porque há casos onde a legenda francesa é melhor que a inglesa e eu percebo quase tanto de francês como de inglês. A nível de vídeo, não é raro um lançamento nosso ter a melhor qualidade na internet, há poucos dias lançámos o Black Magic M-66, com um rip de LD feito especialmente para o nosso lançamento, que tem a melhor qualidade da net. O Genocyber durante vários meses fomos os únicos a ter naquela qualidade. Cerca de 10 projectos com áudio PT-PT em primeira mão... O nosso lançamento de Shoujo Tsubaki fez muito furor. Há uns tempos, pesquisando na internet, encontravam-se pessoas de outras nacionalidades a partilhar o nosso vídeo, até mesmo japoneses. O que quero dizer é, lançámos projectos pioneiros, únicos. Quantas fansubs se podem orgulhar de tudo isto o que referi? Nós podíamos ser mais uma fansub da moda, mas não somos: não teria a mesma graça, não era tão desafiante e não teríamos conquistado tantas coisas. Não quero com isto dizer que somos melhores ou piores que esses grupos que lançam os animes da temporada, eles são necessários e coexistimos, como tudo no mundo. É por sermos diferentes, não melhores ou piores, que conseguimos alcançar tudo isto. Nós somos uma alternativa a esses grupos, somos um digestivo para desenjoar desses animes que uma pessoa está sempre a ver. “Ok, apetece-me ver uma coisa antiga, diferente”, nós estamos cá para isso. E é assim que vejo as coisas.